sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ótemo!

Do maravilhoso ´don´t touch my molesquine´...

Dançando na Chuva


Cheguei demolida de viagem na segunda. Na terça tinha a primeira aula de Dança de Salão. Vontade de não ir, mas sabia que seria no mínimo divertida.
Algo que eu sempre sempre quis fazer, mas faltava ter ao meu lado uma grande companhia a fim também. Claro que agora não tenho só a pessoa a fim também, mas tenho a grande companhia pra absolutamente isso e pra todo o resto.
Chegamos lá meio envergonhados. Eu, pelo menos. E começando aquele aquecimento bizarro, aliás bem bizarro pra mim, já que por uma viagem intergaláctica resolvi ir com uma linda saia e uma sandália de salto. Roupa que eu havia passado o dia, mas que poderia ter sido facilmente trocada.
Mas nos ver ali, aquecendo, com vários casais que jamais cruzariam as nossas vidas se não numa aula como essa, me fez pensar realmente no quanto precisamos dar prioridade pra esse tipo de experiência. Ou pra qualquer tipo de nova experiência.
Ver aquelas pessoas tentando tentando e tentando como nós, rindo, e com um nível de maturidade impressionante pra rir de si mesmas é algo que devemos aprender a fazer mais seguido.
É sensacional sair da zona de conforto de tudo o que sabemos fazer. Temos a tendência de seguir fazendo exatamente o que temos certeza que entregaremos bem, ou aos outros ou a nós mesmos. Tentar algo diferente, principalmente que dependa de coordenação motora, tentativa e erro (muito erro) e de outra pessoa, ensina.
Ensina a rir, ensina a tolerar, ensina a se expor, e ensina a saber que também precisamos de tolerância.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ah, eu encontrei!
:)

Encontrando


No almoço ouvi uma história incrível. É sempre impressionante ver o quanto uma pessoa apaixonada é capaz de doar-se incondicionalmente para conquistar aquele amor. Doação, esforço e tempo são dedicados integralmente na direção que o coração estiver mandando, independente dela ser a correta ou não. Falo correta não em relação ao objetivo de conseguir aquele amor, mas correta para a vida.
Paixão realmente é a idealização do outro, quando se conhece pouco, médio ou bastante. Mas sempre idealizamos. É raro ver uma historia diferente. E é ótimo ver que mesmo idealizando, muitas vezes esses véus que cegam bastante nessa fase passam, e o amor segue. Junto com a conexão naturalmente, porque o amor pode não depender somente disso, mas um relacionamento sim.
Melhor ainda é olhar de fora para a história sobre a qual conversei e perceber como pra duas pessoas viverem bem, ou se darem bem, depende muito do que cada uma quer. Nesse caso, a entrega de uma sem dúvida está longe de ser o que a outra deseja, ou do que determinaria uma paixão. Isso significa no mínimo que se tudo tivesse evoluído, já haveria um futuro de desafios, de tentar mostrar ao outro que valores e desejos devem ser revistos. Melhor começar algo do zero, sabendo que sempre vai existir alguém em algum lugar que vai valorizar alguns (no mínimo) dos nossos valores. Que vai receber o que queremos dar, e que vai dar o que queremos receber.
Isso existe. E o melhor é que nem precisa procurar, simplesmente aparece.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pensando no findi



Neste final de semana em Berlin, fiquei pensando muito em onde está a palavra Hitler em toda a cidade. Me dei conta finalmente que em muitos museus, acervos, ou pela cidade mesmo, fala-se em muro, em segunda guerra, em regimes, mas nunca cita-se o homem, ou o holocausto. Nunca é exagero, pois visitei um museu a céu aberto que se chama Topografia do Terror e lá sim, estava tudo estampado em painéis. Bastante impressionantes, mas ainda assim suaves considerando que todas as imagens foram feitas por Nazistas.
Sempre pensei ser extremamente positivo essa nova geração de alemães conhecer os fatos, assumir, e no final das contas se envergonhar. Não é culpa deles, mas os pais e avós estavam lá, portanto, é uma realidade muito próxima. Por outro lado, estando em Berlin pela segunda vez em três meses, de novo tive a sensação que, de uma certa forma, eles preferem ignorar os fatos, ou alguns. Ou, deixar nas entre linhas. Dando uma volta enorme, mas não contando de forma clara e com todas as letras os acontecimentos. Fiquei novamente com a sensação de que a história não é contada de forma clara, ou clara o bastante para turistas, por exemplo. Mesmo concordando que até a história é passível de pontos de vista, fatos são fatos, e contra fatos não há argumentos. Novamente, saí com o sentimento de que faltam os fatos.
Meu amigo Marcoloco, que mora em Berlin, me falou que diversas palavras muito usadas na época, como Führer, foram cortadas completamente do idioma. O que só ajuda a completar a minha tese.
Óbvio, isso são pensamentos de alguém olhando as cultura alheia de fora. Tenho muito respeito pelo povo alemão, aliás, por todos os povos e culturas. E é exatamente por isso que não julgaria o tamanho da dor em relação ao passado, e a forma como um povo lida com ela. Mas, de novo, sai de lá com vontade de saber mas e conhecer mais.
Ainda bem que os livros existem.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Berlin, Finally


Ir a Hamburgo pra mim significa trabalhar. Trabalhar duro, muito. Demanda bastante, coloco toda a minha força e os meus esforços para as coisas irem bem, e para que o tempo passe devagar e consiga fazer naquele tempo o que devo, ou o maximo e melhor que possa. É muito de tudo, e tudo ao mesmo tempo.
E só tenho a agradecer. Posso dizer que no mínimo a palavra pra isso tudo é aprendizado.
Pela segunda vez nos últimos meses, peguei um trem cansada e vim pra Berlin. Para um final de semana de descobertas. Nas poucas horas em que estive aqui, enquanto caminhava entre o Parlamento, Memorial do Holocausto, e Muro, passamos por uma montagem impressionante para um grande evento. Tentamos saber do que se tratava, mas as pessoas por ali aparentemente não falavam inglês. Caminhando um pouco mais, depois de muita curiosidade, encontramos a placa acima e tudo se explicou. Dia 23 de maio de 2009, neste sábado, comemora-se os 20 da queda do muro, e os 60 anos da democracia no país. Será um final de semana de festas pela cidade. O nível dos palcos, toda a segurança, a infra de TV e todos os meios de comunicação, sem dúvida impressionam.
E o melhor é que tudo isso acontecerá exatamente na frente do Portão de Brandenburguer. Com palcos secundários em frente ao Parlamento, e banheiros químicos no Tiergarten. Melhor do que isso só o fato de estar aqui por pura coincidência e ter a honra de ver a cidade vivendo um momento histórico. Grande presente depois de dias de muito trabalho.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Frankfurt - Hamburgo


Primeiro dia de volta ao tabalho e (já) viagem pra Hamburgo. Nada como tirar as amígdalas e acabar de recuperar numa viagem de quinze horas. Tudo certo até aí, mas no último trecho tive o prazer de conhecer um sujeito. Não me interessei em saber o nome. Não deu. Alemão, de seus quarenta anos, que estava voltando de uma grande viagem pela República Dominicana. Com aquela cor rosa-queimado imbatível e um jeito agradável que aos dois do primeiro tempo resolveu perguntar se eu já havia estado na África. Lugar que segundo ele sem dúvida, é o melhor do mundo, onde as pessoas no meio de tanta pobreza tem um grande coração. Que tiram sua camiseta para que você use sem pedir nada em troca. Até aí ok.
Logo me perguntou se eu não gostaria de conhecer, e obteve a resposta óbvia para uma pessoa que gosta de viajar como eu. E em seguida resolveu afimar que uma menininha de trinta e poucos(depois de falar em vinte e poucos, único momento em que ele foi mais agradável)seguramente não teria maturidade para perceber a beleza do lugar e das pessoas de lá. Porque os jovens adultos (jovem adulto pra mim tem até uns 23 anos, mas enfim) vivem em seu mundo no primeiro mundo (que?) e não tem a menor noção de pobreza. Além disso não se misturam, nao vêem e nem convivem com ninguém mais fora de seu pequeno universo. Então como poderão perceber a beleza por trás das pessoas? Isso tudo num tom arrogante, naturalmente.
O avião ainda estava em solo, e a conversa já nesse nível. Eu só tive tempo antes de corrigir minha idade, de dizer que era do BRAZIL, e não da Alemanha. Nessa hora repeti de onde era, depois da brilhante explanação do meu novo amigo, ms ele não parou.
Conclusões: ele realmentre pensa que o Brasil é um país de primeiro mundo. Ou, acreditou de fato que eu não sou brasileira (mas alemã, tentando enganá-lo, como falou também). E por último, possivemente tem muita verdade em todo o discurso, afinal julgamos os outros pelo que somos.
Considerando que meu companheiro de acento às 12h, horário local (pra mim infelizmente ainda eram 7h da manhã)exalava um cheiro incrível a cachaça, tinha uma perna ensangüentada, com a calça manchada (de um acidente que oorreu três dias antes, afffeee)resolveu do nada me chamar de primeiro-mundista alienada, precisei colcoar os fones e tentar dormir.
A minha dor na garganta estava sem dúvida deliciosa se comparada a minha dor de estômago despois dessa conversa. Ainda bem que I-pods existem, e que o Fefê me cedeu fones incríveis que me teletransportaram pra longe dali em segundos. Pra junto dele, mais precisamente.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Último sobre o tema

Vc já parou pra pensar o quanto a dor cansa? Hoje fui ao médico, ele me olhou e disse que eu estou com um rosto cansado, com olheiras. E me sinto exatamente assim.
É louco porque estou há uma semana em casa, sem colocar o nariz pra fora. Mas como nåo me alimento bem (dieta de liquidos gelados por duas semanas), durmo bem às vezes e outras nåo, nåo consigo dormir de dia, e minha cabeça está permanentemente conectada ao horário do próximo remédio, simplesmente nåo descansei. E nåo descansei, nåo por todos esses motivos, mas porque sinto dor. Uma dor permanente, que fica aguda a cada duas horas, no máximo.
Quando me olhei no espelho no consultório, o Dr. Rodrigo me falou: você já parou pra pensar nas pessoas que tem dores agudas (como a de um membro amputado) contínuas por toda a vida?
Eu nunca tinha parado pra pensar. E voltando pra casa e sabendo que isso passa, me senti a criatura mais feliz do mundo. E senti de verdade que ser saudável, também é nåo sentir dor.
E olha que o efeito do meu remédio dois já estava passando.




* Moma - NYC
Com minha amiga Cin, set/2008, de férias.

TatuTatoo

Fiz minha primeira Tatuagem aos 15 anos. Estava fazendo intercâmbio nos Eua, mais precisamente em Minnesota. Lugarzinho bizarro, que neva oito meses por ano, sem nada pra fazer se nåo, pensar bobagem e comer. Trabalhei como baby sitter e um belo dia estava andando com uma amiga em Minneapolis, passamos por várias lojas de tatoos, e decidimos fazer a nossa. Nunca me esqueço do meu pai perguntando o que eu tinha decidido comprar com o dinheiro que havia guardado trabalhando e eu respondi que tinha tatuado um dragåo na perna. Como sempre, a reaçåo foi sem julgamentos, mas com um grande ponto de interrogaçåo falando de escolhas que fazemos para o resto da vida. Såo poucas nåo? As que nåo podemos voltar atrás. Talvez tatoos (na época) e filhos. Nem sei qual a lista de coisas as quais nåo podemos desfazer, mas nåo é um assunto que eu sequer pense muito a respeito.
E daî em diante todas as tatuagens que tenho vieram assim. Em momentos importantes, ou pelo momento em si, que falava bastante da fase de vida pela qual estava passando. Ou pela própria etapa, que deveria ser comemorada ou encerrada. Na seqüência veio a iguana que tenho nas costas, os dragoes do ombro direito e a rosa do pé. Cada uma feita em um país (incluindo Brasil) por motivos e em momentos diferentes. Toda vez que penso que o dragåo da perna de 17 anos atrás deveria ser refeito, para ficar mais bonito, automaticamente olho pra ele e me encho de alegria. Creio (até o momento) que minhas tatuagens eståo envelhecendo comigo. Elas trazem em si a minha histórias e várias histórias. Elas såo o que sou, desde que nasceram. Elas eståo diferentes, porque eu também estou, elas eståo amadurencendo comigo. E independente do desenho e da fase em que foi feito, amo cada uma delas, inclusive com suas transformaçøes.
No momento, nåo penso em refazer nenhuma delas, talvez esse pensamento apareça quando começar a pensar em fazer plástica no rosto. Quem sabe.

Enquanto isso, divirta-se com o texto abaixo, escrito pela Pequena do hojevouassim. Sensacional.

6 ou 17 coisas que você precisa saber sobre uma pessoa tatuada.
1. Não, ela não quer falar sobre isso.
2. Sim, ela teve coragem. Ao contrário de você, que está pensando em fazer uma tatuagem há 14 anos.
3. Não, ela não se arrependeu.
4. Ela é tatuada, não tatuadora. E não quer dar a você todas as dicas de como, onde, quando e que desenho tatuar.
5. Cuidado com perguntas do tipo “Você trabalha com tatuagem?” se não quiser ouvir respostas do tipo “Sim, eu não tiro a tatuagem para trabalhar”.
6. A não ser que pinte um clima, não saia botando a mão.
7. Não, ela não é um outdoor, nem um pássaro, nem um avião. Pessoas tatuadas não gostam de ser assistidas como se fossem um filme. Nem de ser observadas e avaliadas como num programa de calouros. Evite dar voltas em volta dela, olhando de cima a baixo.
8. Pode parecer estranho, mas, não, ela não quer chamar atenção. Pode parecer ainda mais estranho, mas as tatuagens são desenhos dela para si mesma, não para os outros. E têm muito mais a ver com o que ela quer dizer para si mesma do que para o mundo.
9. Perguntas do tipo “E essa aqui, o que significa?” só significam uma coisa: você é um chato. Gostaria de ouvir perguntas do tipo “O que significa o seu cabelo chanel?”
10. Proibido fotografar, filmar, tocar ou comer no recinto.
11. Não, ela não quer pensar em um desenho para você tatuar.
12. Sim, ela respeita se você achar ridículo. Mas nem tudo precisa ser dito. Ou ela será obrigada a opinar sobre o seu enorme brinco de pena.
13. Doeu, sim. Mas o que dói mesmo é esse seu olhar de turista.
14. Sim, ela já sabe que você é louco pra fazer uma, mas nunca teve coragem. A pergunta é: “E daí?”
15. Não, ela não tem tatuagem onde você está imaginando.
16. Sim, ela trabalha num lugar muito democrático. Ou usa terno e gravata.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Pedro Almodóvar


Acabo de descobrir o Blog do Almodóvar. Sim, pra mim é uma descoberta, afinal sou muito få e se já soubesse o endereço estaria acompanhando desde que nasci.
A primeira vista nåo parece um blog estilo perfil do artista e nem nada parecido. É ele ali em carne e osso escrevendo o que pensa. Li em Espanhol e vale a pena. Óbvio que existe todo o brilhantismo dele por trás de cada palavra, mas o que me encantou foi lê-lo como pessoa. E mais, ele é muito melhor no cinema do que escrevendo , sem dúvida. E a graça é justamente essa.
Naquele blog ele nåo é Pedro Almodovar, o grande. Ele é uma pessoa que narra a festa que sucedeu o término da produçåo do seu último filme. Ainda dizendo que nåo tem nem fotos nem palavras para expressar o que foi aquilo, com jeito de pessoa normal, contando a festa de final de ano do lugar onde trabalha (talvez uma agéncia pelo naipe de baixaria). Mas é ainda mais bacana ler sobre o seu último aniversário, onde recebeu uma ligaçåo de Maryil Streep Cantando Happy Birthday em Espanhol sem sotaque. E mais, conta todo feliz e animado da amiga Penélope Cruz que ligou tendo ao lado Sofia Loren, que também quis desejar Feliz Cumple. O melhor é o término dizendo: no soy mitómano, pero quiero verlas y hacer una foto con ellas!
O cara escreve sem salto, como pessoa de verdade, de carne e osso, a respeito de tudo, inclusive que é få de muita gente. E ainda inventa palavras, lança um olhar pessoal sem parecer estar medindo muito as palavras (isso talvez seja ingenuidade minha) até para o livro que está lendo no momento. Zero tentativa de ser cool.
Eu sim, fiquei muito mais få dele. Em primeiro lugar, disparado.

Vai lá:

www.pedroalmodovar.es

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mais do mesmo


De alguém, desconhecido, na internet.

Definitivamente a dor
doi,
moi,
dilacera,
esmaga,
constrange,
apoquenta.

Definitivamente a dor
avassala,
trespassa,
reduz,
desanima,
anula,
trama.

Definitivamente a dor
é
o busilis,
a questão,
o tema,
o assunto,
o motivo

Definitivamente a dor é...
O quê?

Subjetividade da dor


Enquanto tentava nåo tomar o meu remédio nível 3 pra dor do meu pós-operatório, comecei a procurar definiçøes de dor.
Talvez estivesse atrás de algo mais poético, mas realmente quando nao se trata de dor de amor, o que está disponivel pra leitura é, em sua maioria, material voltado a médicos. Isto é, nao entendo nada, e os textos me dåo mais sono do que se eu tomasse o tal remédio 3.
Mas é bom encontrar algo sobre a subjetividade da dor, como o texto abaixo. Realmente, é tudo tåo subjetivo, que chega a vir junto com calor, frio, sono, insønia, vontade de ficar só, votande de colo, falta de paciencia, falta de vontade de tudo, vontade de chorar, gritar, vontade de ficar parada, ou até mesmo num breve intervalo em que ela se vai, vontade de fazer tudo ao mesmo tempo.
Dá vontade de viver, sem dor. Mas a gente só se dá conta disso, tendo uma, forte, latente, que vai e volta (no meu caso) a cada duas horas. Neste intervalo, quanta felicidade. Mas nåo pensamos nisso quando temos uma vida normal, de trabalho, com saúde, sem nada físico incomodando. Vou me lembrar desse pós-operatório por bastante tempo, e da sensaçåo de vulnerabilidade, de estar a merce de um incømodo que vai e volta independente da vontade, da força, ou da força de vontade. Que é nenhuma, afinal já entendi que o importante é ser feliz enquanto nada incomoda de fato.

A dor é sempre subjetiva. Cada indivíduo apreende a aplicação da palavra através de experiências relacionadas com lesões nos primeiros anos de vida. Os biologistas sabem que os estímulos causadores de dor são capazes de lesão tecidual. Assim, a dor é aquela experiência que associamos com lesão tecidual real ou potencial.
Sem dúvida é uma sensação em uma ou mais partes do organismo mas sempre é desagradável, e portanto representa uma experiência emocional. Experiências que se assemelham com a dor, por exemplo: picadas de insetos, mas que não são desagradáveis, não devem ser rotuladas de dor. Experiências anormais desagradáveis (diestesias) também podem ser dolorosas, porém não o são necessariamente porque subjetivamente podem não apresentar as qualidades sensitivas usuais da dor.
Muitas pessoas relatam dor na ausência de lesão tecidual ou de qualquer outra causa fisiopatológica provável: geralmente isto acontece por motivos psicológicos. É impossível distinguir a sua experiência da que é devido à lesão tecidual se aceitarmos o relato subjetivo.
Caso encarem sua experiência como dor e a relatem da mesma forma que a dor causada por lesão tecidual, ela deve ser aceita como dor. Esta definição evita ligar a dor ao estímulo. A atividade provocada no nociceptor e nas vias nociceptivas por um estímulo não é dor. Esta sempre representa um estado psicológico, muito embora saibamos que a dor na maioria das vezes apresenta uma causa física imediata.
A abordagem que se faz da dor, atualmente, é que ela é um fenômeno ‘biopsicossocial’ que resulta de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, comportamentais, sociais e culturais e não uma entidade dicotômica.

- Wikipedia -

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Segredos




Aqui estou eu no meu pós-operatório e resolvi pegar um livro pra dar uma olhada novamente.
Na verdade Post Secret é bem mais do que um livro. Este projeto traz segredos de anonimos que escreveram para uma caixa postal algo (ou tudo) que guardavam lá dentro, bem escondido, num lugar onde só desconhecidos poderiam chegar.
Por um tempo li e relí alguns segredos.
Me pergunto em que mundo eståo algumas pessoas, para julgarem alguns deles impossíveis de compartilhar. Ou, em que mundo estou eu para julgar que tudo pode ser compartilhado.
Na verdade, acredito que possamos contar tudo sim. Só que mais do que contar seus segredos a outras pessoas, acredito que precisamos conseguir contar primeiro tudo a nós mesmos. Isso já é compartilhar, isso já é lidar com cada um deles e minimizar aqueles buracos negros que tanta gente tem. E que se um dia abre a tampa da panela e olha, acaba vendo que na verdade, trata-se da caixa de Pandora em carne e osso.

Como alguém mais disse: there are two kinds of secrets, those we keep from others, and those we hide from ourselves.

Vale a pena:
Post Secret
Compiled by Frank Warren

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Younger than Jesus


Está acontecendo em NYC, no New Museum, uma exposição chamada Younger than Jesus. Li a respeito e fiquei impressionada com a proposta. Mais de quinhentos artistas do mundo inteiro foram indicados por blogueiros, designers, e formadores de opinião de todas as áreas. A partir disso suas obras foram analisadas e cinqüenta foram escolhidos. Todos são jovens da chamada geração Y (nascidos em meados da década de 70 e inicio dos 80), mas aqui precisam ter menos de 33 anos. O que impressiona é a diversidade de maluquices que vão desde pinturas, e ilustrações a vídeos e áudios bem bacanas. Vale a pena dar uma olhada.
Mas o engraçado mesmo e surpreendente é que com toda essa super-modernidade de pensamentos, a exposição tem um dia chamado ´first Saturdays for families´, que é gratuito e tem um tour feito especialmente para a ocasião. Até aí me parece uma idéia bem interessante, afinal nada como incentivar famílias a valorizarem a arte, por menos cara de arte que tenha para determinados públicos, ou para os mais conservadores. Mas o que me causou estranhamento é o fato deles colocarem em releases que o programa é para famílias com CRIANÇAS de 4 a 15 anos. Hoje nós mal conseguimos achar semelhanças entre jovens de 15 a 17 anos em termos de atitude e vivencias, imagina só colocar no mesmo saco quase-bebês que nem começaram a primeira série primária e seres que já tem vida sexual ativa. Muito louco isso tratando-se especialmente de uma exposição com este conceito, numa cidade como NYC, num lugar que se chama NEW Museum . Acharia bem normal se fosse em Minnesota ou Wisconsin.

Vale a pena:

http://www.newmuseum.org/

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Impossível perder



Demorei pra conseguir assimilar a exposição do Vik Muniz. Quando estava lá, mal conseguia conversar a respeito com a minha amiga Mari. Na verdade ficamos ali, suspirando e apontando para muitas das obras expostas, meio sem palavras. Palavras aliás que pra mim são cinqüenta por cento de tudo aquilo. Obviamente que tudo é impressionante, e não dá nem pra começar a discutir a respeito. Mas a grande surpresa pra mim, além de ver ao vivo em tamanhos enormes toda aquela explosão de idéias, foi ler os porquês de cada uma delas. Em geral, Muniz não agrupou diamantes em forma de rosto simplesmente. Ele consegue integrar forma e conteúdo de maneira brilhante. Pra mim um exemplo inacreditável disso são as imagens de crianças que trabalham nas lavouras retratadas em açúcar sobre fundos pretos. As histórias das imagens e as idéias surgidas a partir da vivência do artista é realmente o que mais me impressiona e faz parar tudo. Parar o mundo, o que está em volta, parar pra pensar.
Cada obra provavelmente seria muito interessante se fossem idéias e ponto. Porque esteticamente formas que surgem de um prato de macarrão, de milhares de papéis picados, de diamantes, chocolate ou caviar são um presente para os olhos e para a cabeça. Mas entrar na visão do artista e perceber a sensibilidade dele como pessoa , sua visão de mundo, e o motivo pelo qual várias daquelas idéias nasceram é absolutamente encantador. Chega a assustar de tão brilhante.
Vik Muniz no Masp é sem dúvida, uma das exposições mais fascinantes que já vi na vida. Óbvio que pela criatividade, mas sobretudo pelo que está por trás dela. E pra mim o que parece estar por trás é um olhar que vê muito além das histórias que a vida conta e apresenta. É o olhar de alguém capaz de entender, e reapresentar essas histórias contadas pelo seu próprio ponto de vista, cheio de cor, sabor e luz.


Exposição: de 24 de abril a 12 de julho
Horário de visitação: terça a domingo e feriados, das 11h às 18h;
Às quintas, das 11h às 20h.
Ingresso:
Inteira – R$ 15,00
Estudantes - R$ 7,00
Menores de 10 anos e maiores de 60 anos – Gratuito
Às terças-feiras a entrada é gratuita
Local: Museu de Arte de São Paulo – MASP
Endereço: Av. Paulista, 1578
Telefone: (11) 3251 5644
Classificação etária: livre