sexta-feira, 2 de julho de 2010

Obra


Desde que começamos as obras na nossa nova casa, me pergunto uma coisa: porque eu, na minha profissão, sou obrigada a passar cronogramas, estimativas de custo, tudo compilado, previsto,planilhado, estimado muito perto da realidade, com deadlines seguros, ou arriscados, mas tudo absolutamente calculado. E ainda planos Bs, para toda e qualquer falha no processo.
E ai de mim se qualquer coisa fugir do controle. Meu ou da equipe. Meus ouvidos viram pinico daqui até o final dos meus dias de clientes infelizes. Ninguém entende os porquês, e a errada é sempre você que afinal deixou que algo escapasse do controle.
Por que em obra é diferente? Meu prórpio pai, engenheiro e experiente, quando falei que estava preocupada com os prazos, me falou: " conte com atrasos. Obras são assim". E todos falam a mesma coisa.
Obra é um processo orgânico, em que uma coisa depende da outra, e se um profissional não for, errar, ou atrasar, todo o resto se compromete. Criação e produção de campanhas também. A diferença é que ninguém mora dentro de uma, só ganha dinheiro com elas.
Eu estou tendo uma experiencia bem bacana com o escritóorio de arquitetura escolhido para a execução dos nossos projetos, mas ainda assim me pergunto o tempo todo: porque prazos, cronogramas e estimativas de custo são levados tão a risca e tão cobrados em algumas áreas e em outras não tanto? Será que é porque em um caso temos pessoas fisicas e no outro são pessoas jurídicas? Ou porque o contratante aqui tem um medo gigante de ser abandonado no meio de um processo penoso com pedreiros, pintores, marceneiros e um monte de sujeira e cimento? E no caso dos meus clientes, o medo do abandono é nosso, dos contratados?