sexta-feira, 26 de junho de 2009

Era Uma Vez


Era uma vez é uma exposição linda pra crianças maiores do que as nossas (de 2 e 6 anos). Mas ainda assim vale a pena levar pessoas de qualquer idade, até recém nascidos, mesmo que seja apenas para os adultos se divertirem.
Nela são contadas Histórias do Mundo e grandes fábulas são homenageadas. Todas ilustradas incrivelmente por autores como Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen. E por brasileiros como Beatriz Milhazes, Guto Lacaz, entre outros.
As ilustrações são lindas e estão expostas nos três últimos andares do Centro Cultural Banco do Brasil. Se quiser fazer o passeio completo, vale a pena ir de metrô no final de semana, que é absolutamente civilizado, e nem passa perto de deixar a sensação de que um assalto pode acontecer a qualquer segundo. Da estação São Bento até o CCBB a caminhada é curta e bem bacana, com direito a vista de pertinho do prédio do Banespa e suas bandeiras, e muito policiamento, o que ajuda a curtir ainda mais o passeio com os pequenos. Na verdade, apesar do destino final ser incrível para adultos e nem tanto para crianças menores, afinal ouvi a pergunta “quando começa, leti” depois de dois andares de exposição, vale a pena também pelo passeio até lá. Sem dúvida, é muito divertido introduzir o centro da cidade à crianças de qualquer idade.
E como dizem que o trajeto é o que importa na vida, este programa não poderia ser mais encantador.

Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo-SP
A entrada é franca.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pertencendo


Hoje vi um documentário sobre a classe C.
Muito bem produzido, e parece ser apenas uma pequena parte do iceberg que foi o estudo feito. Excelente para ilustrar aos gringos o momento econômico do país e as mudanças pelas quais estamos passando.
Uma das entrevistas era com uma moça de uns trinta anos, negra, de família muito humilde que com o seu trabalho acabou conseguindo pagar uma faculdade particular, mais precisamente a Universidade Anhembi Morumbi. Que a olho nu já percebe-se ser uma das instituições que acabam atraindo além de estudantes de classe A,que escolhem fazer cursos caros como Gastronomia e Hotelaria, também estudantes de classe C/D ou agora C, pela facilidade do Vestibular.
Embora esse não seja o tema do vídeo, ela falou muito sobre pertencimento. Como foi louco estar todos os dias num lugar estudando e lotando a cabeça de referências que nunca fizeram parte de seu mundo, com gente que passa finais de semana na praia ou em Miami. E depois naturalmente voltar para um subúrbio cheio de dificuldades onde a novela das oito bomba sem parar e o assunto é o ônibus nosso de cada dia.
Estar diariamente em dois lugares que não se falam, pode parecer enriquecedor por um lado, e pode ser desgastante por outro. Afinal um é a casa, o outro é o trabalho (ou escola ainda que por um tempo). Um é o aconchego dos filhos, marido namorado, o outro é o mundo corporativo que em geral não tem aconchego algum. Mas os dois são escolhas, que de alguma forma se falam, afinal postos de trabalho estão ligados a qualificação, ao mundo ao qual pertencemos, a outras escolhas que fizemos anteriormente. A família, as vezes está ligada, outras vezes não. Mas o marido, namorado, os amigos com os quais convivemos, em geral tem uma realidade conectada com a nossa de várias formas, ou de alguma forma. Porque também fazem parte das nossas escolhas.
E quando as realidades não se conectam, por que estamos tentando mudar de uma pra outra? Como se faz para saber como agir e ser feliz quando já não pertencemos a um lugar e ainda não estamos num outro novo?
Palmas pra quem passa por isso por anos e consegue tirar o melhor. Como a tal moça que se formou com um bando de gente que simplesmente vivia num universo paralelo ao dela. E possivelmente nem estava entendendo direito as negativas da colega para a viagem de final de ano a Paris. Possivelmente ela estivesse realmente ocupada dando duro e virando mais uma integrante da classe C.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Bonita Ipanema


Me achei super descolada quando descobri a Bonita Ipanema. Na rua Barão da Torre, ao lado da Farme de Amoedo, em pleno posto 9. E o melhor de tudo é saber que Tom Jobim morou lá, exatamente naquele casarão.
É uma casa Rosa, quase bordô, bem bacana, com um astral ótimo e que oferece ótimas tarifas. Coisa Rara no Rio, onde os preços são altos e os hotéis (não falando obviamente do Fasano e do Copa) são caídos em relação a pequena fábula que se paga.
Quando li bed and breakfast na resenha sobre o lugar não me dei conta de que se tratava de um super-típico albergue. Quando fiz check-in cedinho antes do compromisso de trabalho no Rio (e bem antes da chegada do Fefê) que só aterrissaria a noite, eu e Maria já percebemos que era realmente um albergue quase-quase europeu no meio do Rio. Vários gringos bem loirinhos falando todos os idiomas num espaço comum com TV, cadeiras, mesas, sofás, e um lindo gato que só dormia. Muitos Lonely Planet por ali, e todo mundo naquele clima de integração.
Tudo bem divertido, astral bom, mas obviamente não era exatamente o que nós estávamos esperando.
Os quartos são honestos, mas longe de confortáveis. A pobre Maria ainda deu o azar de pegar um quarto sem banheiro privativo, então teve que enfrentar filas incríveis em certos momentos, e ainda precisou abrir mão do uso do local vz ou outra. Mas tudo bem, parecia estar valendo pela diversão.
Já nós, que ficamos no terceiro andar , meio cortiço, e não menos divertido, tínhamos um chuveiro que nos presenteava com uma gota d’água por vez. E já no primeiro dia (com frio e chuva) nos brindou com uma surpresa das boas, parando de funcionar quando eu estava ensaboada e com xampu na cabeça no meio do banho. Mas depois entendemos que deveríamos ter os olhos abertos e muita rapidez antes de um próximo imprevisto, e deu tudo certo até o final da estada.
O Café é simples mas ok, pão com queijo e presunto e uma fruta. A margarina e a geléia s]ão compartilhdas e ficam em cima das mesas, que devem ser dividas irmamente. Com direito e Tang (ou um similar) e café com leite.
Considerando ser um hostel, está pra lá de bom. Ainda bem que o Cafeína existe para alegrar as nossas manhãs sem sol.
Jovens, velhos, famílias, galeras americanas e européias enchiam o ambiente. Me fez lembrar os tempos de mochila nas costas pela Europa. Ficamos nos perguntando como existe tanto desprendimento para viajar para outros países com crianças (pequenas) em albergues. Ainda dei mais valor para as nossas super possibilidades de podermos ser crativos nas viagens e ainda termos monitores, babás e alguma possibilidade de descansar com conforto. Albergue não é pra criança, e nem para adultos em determinadas fases.
Felizmente a companhia sensacional que tive no Rio, me deixou relax e com zero sensação de que erramos na escolha do lugar pra ficar. Nos divertimos, demos risadas e conseguimos curtir muito, até com a chuva torrencial que caia na cidade maravilhosa.

Se você quer ficar muito bem localizado, fazer amigos, pagar pouco (em comparação com o resto dos hotéis na mesma área) e não se importar muito com o conforto, vai lá.

WWW.bonitaipanema.com.br

Rua Barão da Torre, 107 / Tel.: 55 (2... / 3734-8008 / 3734-1999)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Casa de Criadores






Fui ao primeiro dia de desfiles da Casa de Criadores, na semana passada. Todas as vezes em que tive a chance de ir ao evento, adorei. O formato é sensacional, muito menos cansativo do que os outros eventos de moda, e muito coerente em sua proposta.
Uma fila, um local para todos os desfiles, eles acontecem em seqüência com explicações que antecedem cada um. Talvez porque eu faça parte dos apreciadores, mas leigos, ache realmente mais fácil e mais interessante.
No meio de todas aquelas informações descobri uma estilista que me apaixonei. Por tudo, pelas roupas, pelo conceito da coleção Verão 1010.
Ianire Soraluze fala de se expor, de se mostrar de um jeito vulnerável. Ela mostra na coleção, volumes e cortes que são absolutamente atemporais e muito femininos.
Tudo soltinho, com um ar levemente sensual, mas que convida a tomar uma água de coco e ver um pôr-do-sol ainda de cabelos molhados, recém saída do banho, depois de um dia de praia.

Vale a pena conhecer.

http://ianiresoraluze.blogspot.com/

Muito muito bom!

quarta-feira, 3 de junho de 2009


Engraçado como a cabeça funciona de um jeito estranho. Adoro todas as ferramentas on-line e algumas delas uso feliz. Facebook, Flicker, blogs, etc. Mas tem uma que simplesmente não simpatizo, e me parece a grande bobagem das bobagens. Estou falando do Twitter.
Acho bizarro entrar na neura de ficar compartilhando cada coisa que passa pela cabeça. O conceito me dá arrepios, na verdade. Quem lê isso pode pensar que sou a mais introspectiva de todas. Mas não, sou uma pessoa que tenho por hábito falar o que penso, mas creio que nem tudo o que se pensa deva ser falado. Primeiro que seguramente num mar de idéias, nem tudo será agradável para os ouvidos dos outros (ou para os olhos, nesse caso). E segundo, existem realmente pensamentos que são mais interessantes porque são só nossos e estão lá guardados. E isso óbvio, acreditando sempre que não temos que dizer e nem fazer nada especificamente só para agradar alguém mais que não nós mesmos. Afinal, mesmo quando agradamos uma pessoa que amamos, também estamos fazendo porque queremos.
Mas realmente, liberar geral para se escrever qualquer merda, me parece incrível por um lado, e chatíssimo de acompanhar por outro.
A loucura é existir um espaço para todo mundo poder ficar conversando sem feedback instantâneo na internet. E falando o que quer que lhe passe pela cabeça. Volta e meia entro no Twitter de alguém e dificilmente levo mais de três segundos para sair da página. É realmente um amontoado de bobagens desmedidas. Salvo raras exceções. E não posso dizer que não fique curiosa muitas vezes, porque muitas pessoas das quais gosto estão lá, e muitas que acho incrivelmente interessantes, inteligentes e engraçadas também. Mas até os mais incríveis precisam de direção de criação, e falo daquela que nós mesmos fazemos. Chama-se filtro, e significa pensar dois minutos antes de falar, postar ou escrever.
Mas viva a liberdade.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Galeria


Eu que certa vez prometi ao Rafa, filho-lindo-do-meu-Fefê, que iríamos na Galeria do Rock, agora tenho urgência.
Abriu uma pop up store da Nike Sportswear lá e parece simplesmente imperdível. Principalmente porque dá pra encontrar a coleção Movimento Canarinho, com o trabalho de artistas brasileiros de diversas áreas, da ilustração ao graffiti, dentre eles estão Don Torelly, Jurubis e Presto. Eles foram convidados a colocarem suas idéias e impressões estampadas em tênis e camisetas exclusivas e com edição limitada.
Incrível a Nike sair do lugar comum dos shoppings e da Oscar Freire, pra se meter no centrão da cidade, falando com todos os públicos possíveis. Com os que podem e com os que não podem, com os que acham aspiracional, e com os que crêem ser uma marca politicamente incorreta, mas principalmente com gente que no mínimo está lá buscando uma diversão diferente da maioria. Uma diversão que inclui andar na rua e ver muita mistura de tudo, inclusive de atitude.

Construção


Acabo de receber um texto absolutamente sensacional do Antonio Prata falando das transformações da cidade, e dando como exemplo o seu bairro, Perdizes.
É realmente maluco ver o crescimento desenfreado de são Paulo. Pra mim, que tenho uma história de apenas oito anos aqui, já é absolutamente impressionante ver as transformações arquitetônicas da Marginal Pinheiros, com seu novo shopping classe AA, com suas novas torres imensas e uma nova ponte gigantesca. E olha que a Marginal, pelo que sei, não é a casa de ninguém, ou de quase ninguém. E fora nos presentear com a sua vantagem da praticidade, duvido que tenha muito valor emocional pra alguém.
A substituição de vilas, bairros de casas com jardins por arranha-céus absurdos tiram realmente o aspecto de um bom bairro para se viver. E é justamente por isso que sempre detestei o Morumbi. É um dos lugares que tem por característica a ausência de casas, com exceção de alguns locais específicos, e de pessoas caminhando. Parece que o bairro nasceu assim, sem muita personalidade, sem um passado de velhinhas cuidando de suas rosas. É verdade que não sei a sua história, mas parece que perceber trinta novos tapumes por mês, e a absurda velocidade na qual o bairro cresce dão a ele o seu significado. Um lugar novo, seguro, com um ótimo estilo de vida para a família Paulistana, principalmente pelo seu custo-benefício.
Mas um dia, querendo escolher um novo lugar, escolhi o Morumbi. E hoje lendo esse texto, percebo que talvez esse seja um dos poucos bairros, que possivelmente fique melhor e melhor com o tempo. E justamente pelo motivo contrário a grande maioria, já que não há mais espaço para tapumes, porque está absolutamente cheio. A tendência é que acabe o espaço para as novas construções, e os seus barulhos e caminhões fechando ruas. E quando isso começar a ocorrer, os tapumes começarão a sumir. A poeira de tantas obras começará a diminuir, as árvores crescerão nas ruas novas, e nas velhas, e os novos jardins ficarão visíveis. Quando os tapumes saírem, teremos um bairro com mais cara de bairro, porque por trás da fase de tapumes, esperando, existe um bando de gente querendo viver bem. E mesmo tendo que cruzar pontes e encarando transito, nada como a vontade de mudar e de construir. Mas nesse caso, construir uma vida nova, não novos prédios.

Vale a pena:
Perdizes, por Antonio Prata
http://blog.estadao.com.br/blog/antonioprata/?title=perdizes_1&more=1&c=1&tb=1&pb=1