sexta-feira, 24 de abril de 2009

So special



Diferente de todas as outras idas a POA, esta realmente foi especial. Obviamente, batizamos o meu irmãozinho Santi, e foi uma alegria só. Em Viamão, na igreja onde eu e meus irmãos foram batizados, minha mãe e minha tia. Se duvidar, até a minha avó. Com todos lá presentes e uma caminhada de casa até a igreja bem cedinho, que teve cara de ida a missa nos anos 30. Incrível.
Muito especial eu diria, ou muito mais do que isso. É sempre assim: chegada no Salgado Filho, ida a Viamão, horas de churrasco, Bicuda (a cerveja artesanal que meu pai faz), conversas longas com minha Irma e com meu pai, muitos carinhos do Gui, bebê Santiago no colo, convivência com minha mãe e Cesar, Déia presente deixando tudo bem levinho, muita comida, zero idas a POA, presença da Cin, tias queridas, primas presentes, muito carinho e papo devidamente colocado em dia. Desta vez tive a minha querida Mari (com o Nelson) presentes no Show do B52s. Pura diversão.
Nada de muito diferente e essa é a graça. Mas agora a graça foi muito maior, porque o meu Fefê estava lá. Compartilhando, contribuindo, trocando, e dedicando cada minuto a ser exatamente quem ele é, uma pessoa espetacular. Só que dessa vez com a minha família. No lugar onde eu nasci, me criei, com as pessoas absolutamente fundamentais da minha vida.
Diferente de todas as experiências, de todas as vezes, de tudo o que eu vivi, sou eu com ele e na presença dele, absolutamente eu. Pude ser quem eu sou, pude dar todas as demonstrações de carinho e pude expressar tudo o que eu estava sentindo. Sem pudor, sem freios, sem limite. Só o limite do bom senso, que em geral esqueço um pouco quando estou realmente na intimidade. Ou ele aparece naturalmente, ou deixo fluir o que quiser, afinal ninguém lá em Viamão me julga ou julga algo. Ter alguém exatamente assim ao meu lado, sem dúvida é uma experiência incrível, única, e um grande presente. O Fefê se entrega, se permite ser feliz, e se emociona. Ele lida com a minha vida e com a minha história de uma forma generosa, de quem se importa com o outro, fazendo do que é meu, absolutamente seu. Portanto das pessoas que eu amo, as suas eleitas também.
Obrigada, Fefê. I´m speechless.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Para los niños


Se você tem filhos (ou crianças queridas) não deixe de levá-los na exposição do Santos Dumont no Museu da Casa Brasileira. Fui almoçar muitas vezes lá e nunca tinha parado pra pensar no quanto o jardim pode ser extremamente bem aproveitado , e fica ainda mais lindo com o que quer que esteja exposto naquele espaço. Agora, no meio das arvores, tem uma réplica do 14-Bis em tamanho real, no qual as crianças podem subir e dirigir. Ainda podem correr no meio de outras miniaturas, ver vídeos, plantas e até o figurino do Santos Dumont. Vale a pena, pra vê-los correndo ao ar livre e se divertindo muito, mesmo sem entender nada (no caso dos menores). Pra mim, mais do que ter valido a pena, foi um passeio absolutamente emocionante. Conheci a duplita mais linda desse mundo e ainda pude vê-la descobrindo mil coisas novas. Seja pelos vídeo games disponíveis na exposição, ou pelas pedrinhas do jardim.

Museu da Casa Brasileira
Av.Brigadeiro Faria Lima, 2705
Visitação: de 3/5/06 a 30/7/06, de terça a domingo, das 10h às 18h

(Não) vá


Mais uma banda no parque e uma parada para uma exposição. Dessa vez no MAM.
Tem tudo pra ser bacana, afinal o tema é o Design brasileiro. Não quero ser preconceituosa e só porque estamos falando de algumas peças jogadas numa sala não significa que a exposição tenha necessariamente que ser ruim. Mas temos lá alguns cartazes premiados de filmes, bem bacanas (como o que divulgou Carandirú, que é realmente impressionante). Depois, algumas mesas e uma cadeira, livros, jóias do Antonio Bernardo, uma vassoura, Melissas dos irmãos Campana, e alguns livros.
Pra quem gosta minimamente de design, zero novidade e uma sensação de que faltou muito para podermos chamar aquela pequena reunião de poucas peças de exposição. Aliás, o clima é de lojinha do Moma.
Mas se mesmo assim deu vontade de ver (direito) peças de alguns dos excelentes designers que estão presentes com um pouco do seu trabalho no Mam, melhor ir nos endereços abaixo, onde dá pra se deliciar, e até comprar se estiver com vontade.

http://www.livrariadavila.com.br
Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena

http://www.antoniobernardo.com.br
Shopping Iguatemi
Loja P05 - Jardim Paulistano

http://www.melissa.com.br/afromania
Galeria Melissa: Oscar freire, 827

http://www.conceitofirmacasa.com.br
Rua: Gabriel Monteiro da Silva, 1522

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Jeff Koons em dobro




Em Berlin decidimos dar uma passada em um dos vários museus da cidade. Mas este, o NEUE NATIONALGALERIE, é famoso pela sua arquitetura contemporânea. Acabamos tendo a grande sorte de depois de uma caminhada tentando não escorregar no gelo do Tiergarten, chegarmos lá e termos uma surpresa: exposição do Jeff Koons, para alegrar e esquentar aquela manhã gelada de sábado. Pra mim foi uma emoção dobrada, porque tive essa mesma surpresa em setembro do ano passado em NYC, de férias com minha grande amiga Cin. Que aliás, ao entrar no Metropolitan teve a sensatez de ler no elevador em letras miudas: Jeff Koons - on the Roof. E lá fomos nós para uma das coberturas com a vista mais sensacional que já vi na vida. Com direito a um skyline absurdo da cidade, e vista de parte da Quinta Avenida e Central park, num lindo dia de sol de outono. Dava pra chorar de emoção, ver o sol batendo em três obras gigantes, e refletindo a cidade em cada uma delas.
Na hora em que ali com a Gi e com o Felipe vi que era ele de novo, me enchi daquela alegria de quem passeava num outono ensolarado de férias. Aliás, Berlin é absurda na mesma proporção, mas o clima era outro já que nevava, havíamos caminhado muito, e trabalhado a semana toda absurdamente.
No NEUE NATIONALGALERIE eram onze obras expostas, frio na fila e toda a vontade de curtir cada uma delas, só que de um outro jeito. Enquanto congelávamos, várias mães com crianças se colocavam atrás nós, ou dependendo da idade entravam direto no museu. No começo não me pareceu nada óbvia a presença de crianças. Não só de carrinho, mas de cinco, seis, sete anos, que realmente escolheram também estar ali. Ou pelo menos foram convencidas. Depois, vi uma delas chorando quando, por algum motivo, acabou não entrando. Pensei que certamente as obras do cara tem um ar de parque de diversões, com todas as referências do universo infantil. Mas logo na sequência, ao ver outras várias criaturinhas, percebi que sim, devia mesmo ser pelo clima que Jeff Koons transmite nas suas obras, mas com certeza nåo só por isso. Na verdade dá pra perceber também que existe uma cultura de sair com frio, chuva, ou sol pra curtir arte, seja ela qual for. E sem dúvida, independente da motivação dos pequenos, eles foram convencidos a estarem ali por seus pais. Que tem o gosto pelo novo (ou velho, muitas vezes) mas sobretudo tem o gosto pelas descobertas, mesmo encarando fila, -5 de temperatura, e caminhando da estaçao de metrô com todo o cuidado para não escorregarem nas calçadas congeladas.

Ah!


Demorei um tempo enquanto trabalhava durante alguns dias em Hamburgo para perceber que quem nasce lá é 'Hamburguer'. Sério.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Trem



Em janeiro passei alguns dias a trabalho em Hamburgo. Alemanha gelada, pessoas não tão geladas assim.
A grande graça da cidade é ve-la de cima, da agência onde trabalhei. Eles se orgulham da vista (que por sinal é sensacional) na qual se pode ver o maior porto da Alemanha. O melhor de tudo é realmente ver a cidade de cima, de um ambiente quente, com calefação e cafezinho fervendo. Que desespero tentar fumar um cigarro na rua e dar uma volta na quadra. Eu e meus companheiros nos mantivemos em silêncio enquanto andávamos, porque falar nem pensar, rir então nem se fala. Aliás, rir do que, se dói de frio?
Decidimos passar um maravilhoso final de semana em Berlin, apesar do frio, mas que não fazia a menor diferença considerando a cidade. Uma horinha e meia de trem e tudo (supostamente) resolvido. Trajeto tranquilito separando o trabalho da diversão.
Quinze minutos no primeiro vagão e tivemos a sensação de termos passado por cima de um tronco. Eu mal senti, afinal estava dormindo enquanto nevava lá fora. Olho pra minha querida amiga ex-japa (ela deixou de ser naquele momento) e seus olhos pareciam os do Cebolinha. O maquinista explicou o que tinha ocorrido, em alemão. Não entendemos, mas vimos que a reação foi um 'aaahh', e todos voltaram para os seus livros e revistas. Dava pra pensar realmente que havíamos atropelado um tronco, mas não era. Havíamos acabado de passar por cima de uma mulher, que se suicidou. Aliás, coisa fácil de acontecer com aquela paisagem. Milhares de árvores plantadas, neve até os joelhos, o trilho e ponto. Ficamos ali parados, em cima da criatura, por cinco horas enquanto o resgate tirava pedaços e pedaços. Afinal o trem tinha que andar e não era possivel levantá-lo para agilizar tudo. Pra nós, brasileiros felizes, vindos de um verão delicioso e as vésperas do carnaval, aquilo era realmente surreal. Mas pra eles não, ninguém pareceu comentar muito assunto ou se chocar com o tal suicidio. Nós tres, acabamos passando todo o restante do nosso tempo na Alemanha voltando sem querer no fato e falando de assuntos conectados a ele.Os alemães realmente não nos pareceram frios, e nem dá pra julgar. Mas o louco é pensar que a realidade do frio e da paisagem gelada possam levar pessoas a considerarem normal que suicidios aconteçam no inverno. É facil pensar nisso quando estamos aqui no Brasil e falamos sobre a Finlândia. Outra coisa é estar lá e viver um fato como este. Engraçado o orgulho da paisagem de uma janela do trigésimo andar, outra coisa é vive-la e depender dela pra ser mais ou menos feliz. Parece que menos felizes e mais chocados ficaram os passageiros do trem ao verem que depois de três horas parados, começou a faltar sanduiches e água.

domingo, 5 de abril de 2009


Nada como uma exposiçåo num sábado delicioso de sol. Prefiro nem comentar sobre a companhia incrível que tive pela primeira vez neste tipo de programa porque vai acabar ficando chato falar e falar sobre a mesma coisa de jeitos e formas diferentes. Apesar de morrer de vontade.
Sergio Romagnolo está no Institutio Tomie Ohtake. Eu que minutos antes de sair de casa falei a grande bobagem sobre o fato de esculturas em geral nåo me moverem muito, tive que voltar atrás quando vi as do cara. Vontade de roubar o Fusca e a bateria instantaneamente. Mas a mágica que transporta o espectador para os anos 80 é indescritível. A exposiçåo é pura diversåo, faz qualquer um viajar no tempo e sorrir. Fora a vontade de levar tudo pra casa e ter todas as peças divertindo cada ambiente da vida.
Vale a pena. E vale ainda mais sentando no Gardenia antes ou depois para umas horinhas de muito prazer.

Instituto Tomie Ohtake
Aberto de terça a domingo das 11h às 20h
Av. Faria Lima, 201

Radiohead e nós


Até agora nåo tinha conseguido processar muito bem o show do Radiohead. No meio de tanta expectativa, várias críticas, e opinioes inteligentes, descobri que esse show virou mais do que importante pra mim por um único motivo: queria estar lá com uma pessoa, só uma, e ainda ter o prazer de ve-la convivendo com as minhas grandes amigas. Queria muito ver Los Hermanos, e vi. Só isso. Kraftwerk serviu pra ficar sentada na grama , full time, com chuva, num colo que quero ter para sempre.
E o Radiohead foi demais, me fez perceber com ainda mais clareza o quanto é importante ter companheirismo, além de assuntos e desejos em comum pra várias coisas. Valorizo muito quem se deixa emocionar e vive os momentos intensamente. Melhor ainda se forem momentos como esses, das quase duas horas em que o Radiohead cantou pra nós. E esse ' nós ' ficou claro pra sempre naquele lugar, no meio daquela gente que nåo estava ali. Ali estávamos nós, sozinhos num mundo em que o Radiohead fez um show absolutamente exclusivo. No nosso mundo.