quinta-feira, 9 de abril de 2009

Jeff Koons em dobro




Em Berlin decidimos dar uma passada em um dos vários museus da cidade. Mas este, o NEUE NATIONALGALERIE, é famoso pela sua arquitetura contemporânea. Acabamos tendo a grande sorte de depois de uma caminhada tentando não escorregar no gelo do Tiergarten, chegarmos lá e termos uma surpresa: exposição do Jeff Koons, para alegrar e esquentar aquela manhã gelada de sábado. Pra mim foi uma emoção dobrada, porque tive essa mesma surpresa em setembro do ano passado em NYC, de férias com minha grande amiga Cin. Que aliás, ao entrar no Metropolitan teve a sensatez de ler no elevador em letras miudas: Jeff Koons - on the Roof. E lá fomos nós para uma das coberturas com a vista mais sensacional que já vi na vida. Com direito a um skyline absurdo da cidade, e vista de parte da Quinta Avenida e Central park, num lindo dia de sol de outono. Dava pra chorar de emoção, ver o sol batendo em três obras gigantes, e refletindo a cidade em cada uma delas.
Na hora em que ali com a Gi e com o Felipe vi que era ele de novo, me enchi daquela alegria de quem passeava num outono ensolarado de férias. Aliás, Berlin é absurda na mesma proporção, mas o clima era outro já que nevava, havíamos caminhado muito, e trabalhado a semana toda absurdamente.
No NEUE NATIONALGALERIE eram onze obras expostas, frio na fila e toda a vontade de curtir cada uma delas, só que de um outro jeito. Enquanto congelávamos, várias mães com crianças se colocavam atrás nós, ou dependendo da idade entravam direto no museu. No começo não me pareceu nada óbvia a presença de crianças. Não só de carrinho, mas de cinco, seis, sete anos, que realmente escolheram também estar ali. Ou pelo menos foram convencidas. Depois, vi uma delas chorando quando, por algum motivo, acabou não entrando. Pensei que certamente as obras do cara tem um ar de parque de diversões, com todas as referências do universo infantil. Mas logo na sequência, ao ver outras várias criaturinhas, percebi que sim, devia mesmo ser pelo clima que Jeff Koons transmite nas suas obras, mas com certeza nåo só por isso. Na verdade dá pra perceber também que existe uma cultura de sair com frio, chuva, ou sol pra curtir arte, seja ela qual for. E sem dúvida, independente da motivação dos pequenos, eles foram convencidos a estarem ali por seus pais. Que tem o gosto pelo novo (ou velho, muitas vezes) mas sobretudo tem o gosto pelas descobertas, mesmo encarando fila, -5 de temperatura, e caminhando da estaçao de metrô com todo o cuidado para não escorregarem nas calçadas congeladas.

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