quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Hoje, amanhå


Estou sozinha em casa numa noite qualquer. Pensei, pensei e pensei no que me daria prazer fazer que nåo seria tåo agradável de fazer a dois. Nåo consegui lembrar. E pensei muito.
Lembrei de todos os dias em que fui solteira por um ano e tanto e pensei, pensei, pensei tentando lembrar. Nåo achei. Nåo achei nada que pudesse me dar um prazer enorme hoje, e que estaria fazendo quando morava aqui sozinha.
Vejo gente sentindo saudade. Saudade da infancia, saudade da antiga relaçåo com aquela namorada, do primeiro amor, emprego, de pessoas que se foram, de ontem, do passado. Minhas fases foram absolutamente vividas. Os meus amigos de ontem nåo såo os mesmos, porque els também evoluiram. Os de amanhå nåo seråo os de hoje, porque eles evoluiråo e ainda viråo outros. Cada dia enquanto estive só aqui nesta casa foi tåo absolutamente bem vivido que nåo me deixou saudade, me deixou a felicidade de quem viveu cada dia como se fosse o último. E no meu presente, este que escolhi mesmo tendo uma vida tåo repleta até entåo, nåo me deixa com a sensaçao de que falta qualquer coisa. Porque nåo falta, sobra.
No dia de hoje falta o próprio presente. E o futuro, é claro. Por isso só tenho saudade hoje, de amanhå, porque meu presente e meu futurio eståo a alguns kilometros e morro de saudade.
Volta.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Darkness


Engraçado como certas seqüências de acontecimentos tem mais poder do que outras. Algo que em determinado momento da vida passa de forma imperceptível, em outros momentos simplesmente gera dor e angústia. Aquela sensação de que nunca mais vamos ver a luz de novo. Cada vez mais acho que mudamos, mudamos e mudamos, sem parar, todos os dias. E sempre evoluímos de alguma forma.
Cada vez mais tento racionalizar os motivos que me angustiam ou me deixam triste, principalmente quando não tem a ver com o coração, com a nossa casa e com as nossas crianças lindas. Fora do nosso mundo, tento racionalizar, entender e caminhar, pra frente de preferência (aliás essa sensação anda rara). Mas hoje, talvez seja retardada tudo bem, cheguei a conclusão de que existem fatos que disparam um mecanismo em algum lugar da gente que simplesmente deprimem. Deixam triste, com vontade de chorar, com uma dorzinha constante e um incômodo que pra mim é impossível de conviver. Será que se isso durar mais tempo pode ser chamado de depressão? Não sei e adoraria não saber.
Mas parece que de alguma forma temos um botão que se apertado, o foda-se é ligado automaticamente. E óbvio, nada mais importa que não sair desse lugar escuro.
Ainda bem que temos esse outro mecanismo, que às vezes fica escondido bem lá no fundo e que é dificil de achar. Mas é só apertá-lo pra ficar numa boa de novo, não importando o que está acontecendo no mundo externo ao nosso. Quero acreditar que achei esse outro botão no dia de hoje, e que pra essa sucessão de bizarrices meu on já está ligado bem verdinho, pronto pra me deixar feliz pelos proximos dias. E o melhor de tudo é que esses dias que estão chegando chamam-se sábado e domingo e serão passados no Rio.

Imagem perfeita para a semana. Me sinto nadando numa linda piscina de terno e gravata. Me sinto vestida para um show do New Order em Londres no ano de 1982, mas tendo que fazer churrasco no pátio de casa. A diferença entre a moça e eu é que ela parece plena, e eu estou longe disso.

- Importante: nada disso tem a ver com a minha vida pessoal, menos mal.