terça-feira, 28 de julho de 2009

Jaca


20 dias de projeto. Desde o briefing ate a filmagem. Tudo simples, mas confuso, sem muita explicaçåo.
Umas 20 mudanças de cronograma, discussøes infinitas pra se chegar num contrato de confidencialidade. Tudo correndo sem contratos, sem muito embasamento. Mas parecendo mais facil do que de fato é.
Claro que há o nosso lado de meia-boquice, afinal ninguém fala outra lingua em nosso maravilhoso país, o que dificulta um pouco o gerenciamento de qualquer coisa internacional que se dependa de outras pessoas.
A marca por trás e a agencia envolvida, fazem parecer profissional, afinal isso nåo pode ser uma zona, óbvio que nåo, provavelmente é tudo tåo simples que dá até medo. E que nós simplesmente nåo estamos acostumados. Afinal, nos habituamos no terceiro mundo com burocracias e intempéries, e nunca achamos que tudo possa ser tåo fácil assim.
E na verdade, até parecia tranquilo, ja que eram apenas localizaçøes de materiais sem nenhuma complexidade aparente, ou algumas, poucas. Trabalho em andamento, um pouco arriscado a dar problema dentro do cronograma de produçåo, mas vamos lá. Aviøes e continentes later, um dia antes da filmagem e tres dias úteis depois, com um final de semana no meio, descobre-se que: existem guidelines, mas eles nunca foram mostrados, menos ainda aplicados, e ninguém na liderança do processo no primeiro mundo havia lembrado; o mocapeiro nåo havia passado as especificaçøes, portanto todos os materiais foram finalizados errados; um briefing foi seguido na produçåo dos materiais, que casualmente estava errado, gerando uma incrivel refaçåo de mais ou menos 10 peças, nada simples de um dia para o mesmo; os conteúdos das tais peças também neste mesmo dia (a véspera) deixaram de servir, por causa daquele maldito briefing inicial, o qual nåo havíamos conversado a respeito; ah, e o íncrivel time da produçåo de mock-ups resolveu tambem tirar o day-off justo na noite do crime, em que precisávamos deles trabalhando, e såo dez horas da noite horario local e estamos aqui, tentando localizá-los. Isso só pra nåo comentar que até a tal data, um dia antes da grande produçåo, ninguém havia alinhado internamente nada com o VP de criaçåo e com o CEO-manda-chuva , que deveriam aprovar tudo, e estavam vendo pela primeira vez.
Bom, incrivel, mas isso acontece. Sorte que é bem perto da gente, o cliente é uma empresa chamada Jaca, localizada na cidade de Cachoeirinha, lá nos arredores de Viamåo. Ufa, né, que alívio. Mas e se nåo fosse, imagina se fosse de fato no primeiro mundo? Quase que dá pra perder as esperanças. Ainda bem que temos memória curta.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Bizarriando em LA


Fale comigo se quiser ter um típico dia (ruim) paulistano em LA no Veråo.
E olha que amo SP, mas ninguém precisa transportar as coisas ruins nem pra esquina, muito menos pra cá.
Justo eu que sempre tento me integrar aos lugares, falar com gente local e conhecer realmente um pouco da cultura e do jeito de viver das pessoas, consegui me sentir em SP no sábado. E nåo num dos meus sabados cheios de exposiçoes , ótima companhia e zero estresse.
Sai pra correr de manhå, e começou a cair aquela garoa que tanto detesto e que molha de leve, mas molha. Voltei e aluguei um carro, nåo sem antres receber mil telefonemas de trabalho chatíssimos, mas normais. Afinal é pra isso que estou aqui. Lá pelas 11h da manhå percebi que o dia seria de chuva e resolvi ir fazer compras num outlet. Meu maravilhoso carro estava com o GPS estragado, coisas que acontecem tipicamente em qualquer outro lugar, menos aqui. Fiquei duas horas perdida e absolutamente desesperada. Metida em mil congestionamentos incriveis (sim, aqui tem um baita trånsito, principalmemnte no veråo, principalmente perto das praias) sem conseguir voltar. Depois meu anjo da guarda resolveu me olhar e me fez cair a poucas quadras do hotel, como meu GPS mental me ajuda as vezes voltei, com vontade de morrer e de processar a empresa de aluguéis de carro.
Os caras, que mais pareciam serem saídos de dento do rio tiete vieram com um novo GPS (tirando uma onda da minha cara achando que eu nåo sabia ligar, fala sério) duas horas depois. E feito um ser corajoso, peguei o carro, o novo gps e fui rumo a cidade de Camarillo, no tal outlet. Nesse meio tempo um puta sol abriu, e eu em Malibu, cruzando toda a praia, sem bquini, parada num super transito, sem lugar pra estacionar, indo num outlet. Que arrependimento.
Parei o carro em Malibu, quando desci, sem biquini mesmo, mas respirando um pouco de ar e feliz de ter encontrado uma vaguinha disputada a tapa, me ligam da agencia. Minhas amigas querendo infos, fazendo calls, etc. Me senti como tantas vezes sendo interrompoida em sp num lindo findi por alguém dizendo que deu alguma merda.
Trabalhei, voltei pro carro e fui rumo a Camarillo. Afinal, precisava honrar a minha vontade inicial. Aliás, que mania essa minha de nåo desistir das coisas no meio. Menos mal que em sp antes de vir consegui desistir pela segunda vez na minha vida de um livro. Grande passo, ufa! Mas isso foi um parenteses.
Indo para o tal outlet, que aliás tinha ido com minha amiga Cin em setembro passado e tinha sido DELICIOSO. A viagem pelo meios dos canions agora era um amontoado de carros numa måo só em fila indiana, mais ou menos como querer ir para Maresias no Carnaval. Num dos buracos (sim, existiam, suuurreealll) meu gps voou , foi parar no chao e desencaixou, portanto nåo conseguia mais mante-lo carregando. Nervitos a flor da pele again, já pensando na volta de 90 milhas sem gps e sem noçåo.
Cheguei lá, realmente sáo 90 milhas e o lugar bombava, as pesoas suavam, as lojas eram lotadas, e só ouvia-se Portugues em altíssimo e bom tom, pessoas gritando e lutando por uma bolsa Dona karan como se nåo houvesse amanhå. Adquiri um oculos, duas sainhas pra Luluca e fui embora, bem querendo morrer. Imagino que a sensaçåo de uma liquidaçåo de 70% no Shopping Center Norte deva ser a mesma, no veråo, sem ar ligado (afinal aqui era ao ar livre). A diferença é que eu apenas veria as noticias na TV se estivesse no Brasil.
Volta com transito, afinal as pessoas que våo a praia, também voltam dela. Cheguei så e salva no meu maravilhoso hotel as 9h da noite, momento exato em que me joguei num banho e cai na cama, hoping the next day would be better.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Business Class


Desde meus tempos com Nokia nåo sabia o que era viajar de business class. E olha que nåo era sempre, em 2005 cheguei a fazer 42 viajens internacionais de janeiro a dezembro. Sim, contei uma vez enquanto fiquei presa no México por 16 horas na sala de embarque (tempos de crise da Varig quando cancelavam voos já depois de estarem horas atrasados). Naquele tempo nåo tinha wi-fi na maioria dos aeroportos na America Latina (bom , segue nåo existindo) e depois que o i-pod terminava, e os livros idem, ou a pessoa andava, ou comprava em freeshops (nåo era o caso) ou contava entradas em paîses. E o melhor é que nesses lugares, também nåo existem tomadas em geral.
Mas hoje nåo, graças a deus nåo viajo mais tanto assim. E a América Latina deixou de ser parte do dia-a-dia. E nåo que tenha sido ruim, muito pelo contrário. Mas pra felicidade geral da naçåo, meus destinos a trabalho såo Alemanha (sempre de Classe econømica) e agora LA.
Cá estou eu, em LA, trabalhando desde 10h da manhå (depois de ter chegado mais de duas, horário local, e portanto 6h da manhå no Brasil). Nåo tenho jetleg, estou rendendo, e já fiz duas reuniøes hoje, e såo só 16h. Sinceramente, devo isso a business Class.
Essa é a resposta para todos os males, ou quase todos. E sábios såo os que pagam sabendo disso. E nåo é por acaso que a grande investidora da minha classe executiva foi a Apple. Nem era uma super få até o momento, era apenas uma admiradora. Mas sou obrigada a dizer que minha admiraçåo já começou aí, afinal classe executiva e bons hoteis eståo em falta nos dias de hoje no mundo corporativo. Nåo me importou muito entrar num vøo de Mexicana Airlines, via Mexico City, que levava 20 horas. Afinal, sabia que iria deitar e dormir, iria comer bem, com espaço pra todos os meus objetos pessoais, com água no meio do dia e da noite, uma necessaire com escova e pasta, e até coca light se eu pedisse. E dito e feito. Cheguei cansada, mas como se eu eu tivesse dirigido até Camburí. E nao como se eu tivese voado, esperado, voado de novo, por 20 horas. Além disso, cheguei num ótimo hotel sheraton, confortável, com camas incríveis (duas de casal naquele ótimo estilo americano) e uma decoraçåo bem bacana, cheia de bossa. Fácil de relaxar, dormir, e descansar, mesmo que em apenas quatro horinhas de cama de verdade.
Entåo, errado achar que economiza-se nåo dando conforto a executivos que deixam as suas casas, familias, programas e rotina para viajar. Quando a empresa decide investir em conforto, terá horas a mais de trabalho, terá um rendimento muito melhor, terå um trabalhador arregaçando as mangas para se matar trabalhando e render ao máximo. Afinal, a empresa está fazendo a sua parte, nåo há desculpa para nåo obter a entrega. E a entrega é o bom trabalho.
Saber que é preciso dormir bem, estar bem acomodado, ter a possibilidade de comer direito, e poder ter acesso a tecnologia de qualidade para trabalhar e porque nåo, se comunicar com a família enquanto está longe, nåo é um investimento alto. Muito pelo contrário, é o minimo, é um sinal de inteligencia, critério. É um grande sinal de competencia saber onde e como melhor colocar o seu dinheiro. E sem dúvida investir em bem estar e qualidade numa viagem, traz muito mais disposiço, e como consequencia trabalho. E naturalmente, nåo preciso dizer que este é o jeito mais óbvio de se obter um retorno (em grana) muito maior.

sexta-feira, 3 de julho de 2009


Cozinho há tempo, na verdade alguns anos. Adoro, mas só quando estou com vontade.
Fazer e servir o café da manhã hoje em dia é um prazer enorme pra mim. Me diverte e me deixa feliz.
Achei estranho quando numa manhã dessas acordei meio chateada e me cortei. Corte que aliás sangrava e sangrava, sem parar. Passaram-se duas horas até 9h da manhã e não consegui fazer o sangue parar de jorrar. Acabei levando quatro pontos e fiquei com uma sensação esquisita de que definitivamente não sou a rainha da coordenação motora, mas tentar rechear o dedo e não o pão tinha sido uma coisa bizarra.
Dias depois estou indo para o Rio com uma colega e amiga de trabalho, que tem vários talentos e uma grande sensibilidade. Numa conversa acabei sabendo que a mão esquerda tem um significado incrível nas relações emocionais com pessoas, afinal está no nosso lado esquerdo em primeiro lugar, lado das emoções. Em segundo, é realmente fonte de grande energia do parceiro e para com o parceiro. Por isso não é a toa que a aliança de casamento fica justo neste lugar de nosso corpo. Afinal poderia perfeitamente ser uma coleira, um chicote, uma tatuagem, uma figa, ou não ser nada dependendo da relação. Não importa, mas fato que é justamente a aliança nessa mão que significa a união escolhida para o resto da vida. Como o que tive na noite anterior foi um pequeno contratempo familiar, e apenas o primeiro, entendi o quanto é importante resolver tudo antes de dormir. Afinal, eu poderia ter amputado a mão. Mas não passou nem perto, e já nem se nota olhando para o meu indicador que algo aconteceu ali. E de fato, nada aconteceu.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vik para crianças




No último final de semana estive novamente da Exposição do Vik Muniz no Masp. Como era a terceira vez que visitava, já havia tido tempo de refletir e digerir cada uma daquelas maravilhas e pude dar uma olhada nas reações das crianças que estavam por lá. Aliás, sortudas, pois seus pais tiveram a visão de levá-las num programa que não parece infantil a primeira vista.
Mas por razões óbvias quase todo mundo fica absolutamente em êxtase com tantas materias primas sendo usadas das formas mais inseperadas. Como cada obra tem uma explicação e um raciocínio por trás que dão a maior graça à exposição, parece difícil de serem entendidas pelos pequenos. Mas não são. Afinal ninguém precisa entender o porque de nada pra se deliciar com uma diversão pela diversão.
As crianças que estavam lá pareciam encantadas com um rosto feito num macarrrão, ou em molho de tomate. Ficavam horas olhando paras os montinhos feitos com objetos, comidas e coisas diversas agrupadas em uma sequencia de três ou quatro fotos incríveis. A diversão ali era simplesmente decifrar os objetos. Fora o espaço gigante e lindo que é o masp, com seus concretos, pilares vermelhos e rampas.
Vik Muniz é divertido para todas as idades, a diferença é que podemos curtir, refletir e pensar a respeito, ou simplesmente curtir. E só pra curtir vale a pena também.
Então vá e leve alguém o qual você goste, pode ser aquela avó careta, ou seu filho de cinco anos.