segunda-feira, 1 de junho de 2009

Construção


Acabo de receber um texto absolutamente sensacional do Antonio Prata falando das transformações da cidade, e dando como exemplo o seu bairro, Perdizes.
É realmente maluco ver o crescimento desenfreado de são Paulo. Pra mim, que tenho uma história de apenas oito anos aqui, já é absolutamente impressionante ver as transformações arquitetônicas da Marginal Pinheiros, com seu novo shopping classe AA, com suas novas torres imensas e uma nova ponte gigantesca. E olha que a Marginal, pelo que sei, não é a casa de ninguém, ou de quase ninguém. E fora nos presentear com a sua vantagem da praticidade, duvido que tenha muito valor emocional pra alguém.
A substituição de vilas, bairros de casas com jardins por arranha-céus absurdos tiram realmente o aspecto de um bom bairro para se viver. E é justamente por isso que sempre detestei o Morumbi. É um dos lugares que tem por característica a ausência de casas, com exceção de alguns locais específicos, e de pessoas caminhando. Parece que o bairro nasceu assim, sem muita personalidade, sem um passado de velhinhas cuidando de suas rosas. É verdade que não sei a sua história, mas parece que perceber trinta novos tapumes por mês, e a absurda velocidade na qual o bairro cresce dão a ele o seu significado. Um lugar novo, seguro, com um ótimo estilo de vida para a família Paulistana, principalmente pelo seu custo-benefício.
Mas um dia, querendo escolher um novo lugar, escolhi o Morumbi. E hoje lendo esse texto, percebo que talvez esse seja um dos poucos bairros, que possivelmente fique melhor e melhor com o tempo. E justamente pelo motivo contrário a grande maioria, já que não há mais espaço para tapumes, porque está absolutamente cheio. A tendência é que acabe o espaço para as novas construções, e os seus barulhos e caminhões fechando ruas. E quando isso começar a ocorrer, os tapumes começarão a sumir. A poeira de tantas obras começará a diminuir, as árvores crescerão nas ruas novas, e nas velhas, e os novos jardins ficarão visíveis. Quando os tapumes saírem, teremos um bairro com mais cara de bairro, porque por trás da fase de tapumes, esperando, existe um bando de gente querendo viver bem. E mesmo tendo que cruzar pontes e encarando transito, nada como a vontade de mudar e de construir. Mas nesse caso, construir uma vida nova, não novos prédios.

Vale a pena:
Perdizes, por Antonio Prata
http://blog.estadao.com.br/blog/antonioprata/?title=perdizes_1&more=1&c=1&tb=1&pb=1

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