quarta-feira, 11 de março de 2009

Margaret Mee


Nunca tinha ouvido falar. Mas quando li a descrição dessa exposição, não sei exatamente porque resolvi ir. Surpresa boa. Essa mulher mudou para o Brasil aos 43 anos, para estudar e retratar através de aquarelas as florestas tropicais brasileiras. O mais interessante é que li alguns artigos a respeito dela, que sempre começam falando sobre a sua coragem como ‘exploradora da Amazonia’ e defensora de coisas. Quando fui conferir as obras e principalmente, quando resolvi parar para ver o vídeo com uma entrevista dela, acabei admirando-a mais por ter decidido seguir um sonho de pintar flores. Talvez até seja uma imagem míope minha, mas não pareceu pelas palavras dela que sua paixão de fato fosse defender os índios ou as florestas. Ela fala com muito mais paixão sobre retratar Orquídeas, Bromélias e milhares de outras plantas, e da suas experiências em chegar aos lugares mais difíceis dentro da selva simplesmente para descobrir mais um objeto da sua paixão. E foi a partir disso que olhei com calma as cem obras expostas.
Depois, acabei me perguntando porque muitas vezes temos que achar um motivo que pareça nobre para exercitarmos uma paixão. Por que as justificativas? Só o fato de gostarmos ou obtermos prazer com algo, já vale a pena. Sendo ou não sendo uma mulher que lutou em defesa dos índios, será que não é relevante o suficiente uma senhora ir para a selva em busca do seu melhor como ilustradora botânica?
Será que não devíamos simplesmente viver os nossos gostos e paixões sem que eles precisem ser justificáveis?

Vá lá se você for mulher, e quiser refletir através das flores. Se você for um homem querendo impressionar alguém, vá também e curta cada um retratos das flores mais incríveis do Brasil. Tenho certeza que sua acompanhante vai adorar a parceria.

Pinacoteca do Estado de São Paulo
http://www.pinacoteca.org.br/?pagid=exposicoes
Praça da Luz, 2 – fone 11.3324.1000

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