quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Muchachas (de servicio)

Contratei uma empregada há um mês. Eu Fefê, felizes com a conquista da nova senhora.
Tudo porque a nossa atual cozinha , lava, passa, organiza e cuida bem das nossas crianças. Mas mente, chega ao meio dia ao invés de 8h30min, e é insubordinada.
Engraçado como ter filhos cria algumas dependências que nunca imaginamos. Essa é uma. Como mandar embora uma empregada sem ter outra antes? Gostaria que ela pudesse sumir da nossa vida sem que eu nem tivesse que comunicar. A cada mentira me sinto violentada. Exagerada não? Mas vai conviver com uma mina dessas dentro de casa...
Ainda bem que tenho um marido absolutamente companheiro que compartilha este carma e esta etapa, e não me deixa sozinha lidando com a criatura. Procuramos, procuramos, procuramos. Contratamos uma agencia de muchachas de servicio. Surpresa: cinco entrevistas marcadas e só uma apareceu. Esta apareceu duas horas antes do combinado, inclusive das duas entrevistas que fez separadamente, conosco.
Obvio que nos encantamos, contratamos há exatamente um mês. Hoje, pouco antes de ir pra casa demitir a atual, recebo um e-mail avisando que a fulana desistiu do emprego, sendo que começava amanhã. Ainda tive que ler num e-mail posterior que a maioria das empregadas estão desempregadas porque querem, que a classe é assim, e que é melhor agora (a desistência) do que daqui a uma semana.
Fala sério. Não sei se a classe é pior, ou se os mediadores entre elas e nós.
É engraçado isso. Sempre me encho de pena, fico com mil pesos na consciência de chamar a atenção a sério pelo horário e por tudo mais, afinal são pessoas que ganham pouco, que pegam 50 ônibus e enfim. Uma certa culpa católica. Não sei bem porque, talvez por termos uma vida ótima, brindada com o que o trabalho traz de bom, e de ruim também, como tudo. Bullshit, sou uma idiota.
Bom, volto pra casa agora sem poder demitir a véia que lá habita during the Day, e sem nem uma sombra de uma nova doméstica. Presenteando-a com pelo menos mais um mês de emprego, mesmo depois de hoje ter chegado a uma hora da tarde pra trabalhar e ter mentido novamente.
Mas aprendi uma coisa, que qualquer culpa acabou, e que no dia em que demiti-la terei um sorriso por dentro e um alívio profundo. E que a próxima, realmente estará trabalhando nos campos de concentração, porque minha paciência acabou com qualquer falta de respeito. A única coisa que desanima, é que da próxima também estaremos dependentes pela mesma razão, mas tudo bem. Pelo menos vou ter aprendido que dá pra encontrar uma substituta, sempre.

Pronto, desabafei.

By the way: alguém tem uma empregada pra indicar pelo amor de Deus?

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