quinta-feira, 7 de abril de 2011

Columbine à Brasileira


Onvi pela primeira vez sobre a tragédia no RJ, na escola do Realengo, hoje pela manhã no rádio. Um sujeito de 23 anos entrou e abriu fogo contra crianças entre 7 e 14 anos de idade. Até agora foram 11 mortos e 13 feridos, e uma carta do atirador foi publicada nos jornais on-line (até o momento) mostrando a loucura do sujeito.
Antigamente essas coisas não aconteciam por aqui, e creio que isso por si só já choca. Sem contar o resto do absurdo.
O Brasil não parece ter produzido historicamente muitos desses loucos que invadem escolas armados e matam qualquer coisa que esteja se mexendo. Isso tem sido muito comum nos Estados Unidos, onde as armas são absolutamente liberadas (aqui também são de uma certa forma) e a sociedade classe média metida a perfeitinha-do-mundo produz pessoas com distúrbios que não são tratados ao longo da vida. Até que um dia se rebelam contra a sociedade repressora e saem atirando.
Por aqui nossos problemas sempre foram os típicos de terceiro mundo: muita fome, muitos assaltos, corrupção, tráfico, e por aí afora. Minha sensação é que em geral assassinatos vêm de assaltos, seqüestros e tudo mais que tenha a miséria envolvida.
Não é este o caso agora. Finalmente temos um tipo de atitude e de problema de rico, ou de país com vasta classe média e novos acessos. Ao que parece o sujeito estava bem vestido, era fanático religioso, ainda menciona questões de herança (uma casa) em sua carta e algumas outras loucuras. Que nada tem ver com fome ou miséria.
Será que pela primeira vez já estamos colhendo os frutos, ou o primeiro ônus por sermos um país com uma enorme nova classe média? Novo país, novos problemas.

2 comentários:

  1. Minha Leti!
    Ótimo texto como sempre.
    Realmente é uma reflexão que não tinha me ocorrido..
    Te amo

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  2. Acho que esse texto tinha que virar um viral, a exemplo daqueles do Jabour que recebemos nos nossos inbox e nos param por 5/ 10 min. na correria do dia-a-dia, para refletir sobre aquilo que realmente importa. Vou fazer a minha parte e dividir com meus amigos e tenho certeza que eles farão o mesmo. Agora o que nos resta é realmente orar pelas vidas roubadas nesse dia trágico.

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